A inveja é uma doença infecciosa.
Da mesma forma como a infecção se espalha
corrompendo o que é saudável, assim também tão
logo surge a inveja, ela transforma até mesmo as
melhores ações em mau cheiro.
Francis Bacon
Genealogia da inveja
A raiz da inveja é a comparação. O invejoso primeiro olha e desdenha.
Depois lamenta: “por que eles têm e eu, não?” O invejoso colhe as folhas
da amargura e da tristeza. Portanto, não adianta ceifar os ramos
ou recolher os frutos. É preciso radicalizar, de dentro para fora.
Se nos amamos, não devemos nos comparar ao outro, por amor
a nós mesmos. Se amamos o nosso próximo, devemos ficar felizes
com o que ele tem, como ele está, mesmo que, aparentemente, esteja
melhor que nós. O que nós somos, o que nós temos, não depende
do que o outro é. Quando a tentação da comparação chegar,
atente para os seguintes cuidados:
1. Admita que você sente inveja, de vez em quando ou como um
estilo de vida.
2. Corajosamente chame a inveja do que ela é: pecado.
Pecado porque
se trata de uma suspeita que Deus não está sendo justo com você.
3. Pense também no que ela fez com você, na pessoa amargurada
que você se tornou.
4. Corte a raiz e lance-a fora.
Pare de se comparar aos outros. Você
sequer os conhece.
5. Reavalie os seus desejos.
Se são legítimos, cultive-os até os realizar.
Isso lhe trará paz, porque “a paz de espírito dá saúde ao
corpo, mas a inveja destrói como câncer” (Provérbios 14.30).
6. Lembre-se de que tudo é graça.
O que você recebe e o que o outro
recebe. Talvez o outro não o mereça. Nem você. Mas o que é
recebido de Deus não é merecido: é graça.
Tenha como alvo viver pela graça. Nesse compasso, não há inveja
nem amargura.
Para ler HOJE na Bíblia: Salmo 89.15 e Jeremias 18 a 20
“Como é feliz o povo que aprendeu a aclamar-te, Senhor, e que anda na
luz da tua presença!”. (Salmo 89.15)
No fundo, nossas palavras revelam
sempre os sintomas de nossa enfermidade.
Karen Burton Mains
A temperatura das palavras
As palavras têm temperatura. Às vezes, estão com febre.
Quando as ideias circulam, aplaudimos umas, como se as tivéssemos
pensado, e discordamos de outras, que julgamos impróprias, impertinentes, inadequadas, infelizes, injuriosas.
Diante das ideias que não aprovamos, é que a febre pode vir, revelando
a nossa enfermidade.
Em lugar de apenas apor nosso selo de rejeição, nós partimos
para o debate, o que é muito salutar. Ideias devem ser partilhadas
e compartilhadas, ideias devem ser debatidas e combatidas. O processo
se aplica às nossas ideias e às ideias dos outros.
Diante das ideias dos outros, devemos argumentar, como aceitamos
que façam quando esposamos as nossas perspectivas.
Não precisamos atacar o emissor das ideias com as quais não
concordamos. Por mais absurdo que nos soe o que alguém nos
diz, devemos combater o que foi dito, não quem o disse. As ideias
merecem adjetivos, não os seus autores. Quando nos exaltamos e
ofendemos aquele que se posta no campo oposto ao nosso, perdemos
a razão que imaginamos ter. E se o outro lado se expressa com
violência, lembremos que nós nos tornamos iguais a quem combatemos
se, por exemplo, apelamos para o xingamento.
No debate, nunca devemos deixar de lado o respeito pelo outro.
No debate, sempre devemos tratar o outro como gostaríamos de
ser tratados, mesmo quando estamos errados. No debate, devemos
também considerar que podemos trocar de lado, defendendo
ideias hoje que ontem repudiávamos.
Desclassificar o outro nos desclassifica. A razão não precisa ser
gritada. A verdade não precisa de palavrão. Quando debatemos,
precisamos prestar atenção no termômetro das nossas palavras.
Para ler HOJE na Bíblia: Salmo 88.1-13 e Jeremias 40 e 41
“Ó SENHOR, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti”.
(Salmo 88.1)
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