No fundo, nossas palavras revelam
sempre os sintomas de nossa enfermidade.
Karen Burton Mains
A temperatura das palavras
As palavras têm temperatura. Às vezes, estão com febre.
Quando as ideias circulam, aplaudimos umas, como se as tivéssemos
pensado, e discordamos de outras, que julgamos impróprias, impertinentes, inadequadas, infelizes, injuriosas.
Diante das ideias que não aprovamos, é que a febre pode vir, revelando
a nossa enfermidade.
Em lugar de apenas apor nosso selo de rejeição, nós partimos
para o debate, o que é muito salutar. Ideias devem ser partilhadas
e compartilhadas, ideias devem ser debatidas e combatidas. O processo
se aplica às nossas ideias e às ideias dos outros.
Diante das ideias dos outros, devemos argumentar, como aceitamos
que façam quando esposamos as nossas perspectivas.
Não precisamos atacar o emissor das ideias com as quais não
concordamos. Por mais absurdo que nos soe o que alguém nos
diz, devemos combater o que foi dito, não quem o disse. As ideias
merecem adjetivos, não os seus autores. Quando nos exaltamos e
ofendemos aquele que se posta no campo oposto ao nosso, perdemos
a razão que imaginamos ter. E se o outro lado se expressa com
violência, lembremos que nós nos tornamos iguais a quem combatemos
se, por exemplo, apelamos para o xingamento.
No debate, nunca devemos deixar de lado o respeito pelo outro.
No debate, sempre devemos tratar o outro como gostaríamos de
ser tratados, mesmo quando estamos errados. No debate, devemos
também considerar que podemos trocar de lado, defendendo
ideias hoje que ontem repudiávamos.
Desclassificar o outro nos desclassifica. A razão não precisa ser
gritada. A verdade não precisa de palavrão. Quando debatemos,
precisamos prestar atenção no termômetro das nossas palavras.
Para ler HOJE na Bíblia: Salmo 88.1-13 e Jeremias 40 e 41
“Ó SENHOR, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti”.
(Salmo 88.1)
Bom_dia_amigo_2016_
Nenhum comentário:
Postar um comentário